O Gato leu: A Torre Acima do Véu

A Torre Acima do Véu – Roberta Spindler
Editora: Giz Editorial
Ano: 2015
Páginas: 288
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No final do ano passado, eu buscava uma história para me distrair da situação terrível que os jornais mostravam diariamente. Escolhi ler, então, A Torre Acima do Véu, da paraense Roberta Spindler, mesma autora de Heróis de Novigrath.

Foto: Debb Cabral/GatoQueFlutua

Não que o mundo distópico da Roberta fosse um alívio, mas não é mundo distópico em que eu (e você) vivo.

Essa é a história do final dos tempos, o apocalipse da humanidade. Não deixe que seja esquecida. (Pág. 14)

Na trama, uma névoa densa surge misteriosamente e toma conta do planeta. Ela traz consigo a morte e o pânico. Quem conseguiu sobreviver, se refugiou no topo de megaedifícios com centenas de andares.

Uma nova civilização se formou e os sobreviventes contam com a proteção da Torre, o mais alto dos edifícios e o que controla o armamento e a tecnologia recuperados.

Ver se naquele lugar acabado provou-lhe como o tempo em que vivia era implacável com os sonhos, destruindo-os um a um para que o instinto de sobrevivência fosse o único combustível a mover as pessoas. (Pág. 59)

Beca, a nossa protagonista, é uma jovem que vive com seu pai e irmão trabalhando no resgate de recursos que se encontram nos andares inferiores dos prédios. É um trabalho arriscado, uma vez que dentro da névoa vivem os sombras, seres assustadores e mortais.

Os monstros se ocultam na névoa, mas Beca sabe como lidar com eles. Porém, é com o desdobramento de uma negociação traiçoeira que a letalidade vem se aproximando cada vez mais dela.

Enquanto a névoa densa encobria seu corpo, causando pontadas nos músculos enrijecidos, os bons sentimentos o abandonavam, dando lugar a lembranças de uma época de escravidão e abuso. (Pág. 89)

A Torre Acima do Véu é um livro fantástico! Avançava as páginas sem nem perceber. Devorei a história rapidamente.

Beca tem aquela agressividade e comportamento arisco dos jovens, mas com o passar das páginas também percebemos que isso é uma forma de defesa da jovem. Crescer em um mundo rodeado de morte deixa as suas marcas.

Chorou não só por mais uma perda, mas também pela total destruição da sua força de vontade. Sentia-se uma morta-viva que caminhava pela névoa à espera de seu inevitável encontro com a morte. (Pág. 215)

A história é tão envolvente que eu até sonhei com um mundo pós-apocalíptico!

É interessante perceber, com o avançar das páginas, que certas coisas não mudam. Existe corrupção, uso da força, mentiras e pessoas que querem sempre se dar bem em cima das outras.

Em sua missão, Beca irá descobrir que os segredos abaixo da névoa são tão grandes quanto os de cima.

Quando Beca nasceu, os sobreviventes já conviviam com a névoa há trinta e três anos. Aos poucos, as memórias do que a humanidade um dia fora se apagaram, afundadas sob toneladas de escombros. (Pág. 233)

Roberta Spindler termina o seu livro muito bem, é uma história redondinha. Mas ainda assim, fica o desejo por uma continuação. O mundo que ela criou é muito interessante, complexo e intenso. É difícil dizer adeus.

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