O Gato leu: Um Casamento Americano

Um Casamento Americano – Tayari Jones
Editora: Intrínseca
Ano: 2019
Páginas: 228
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Um livro com uma capa fofa que não dialoga com os assuntos que aborda. Ainda bem que, assim como a maioria das pessoas que vi lendo esse livro, o fiz seguindo a indicação de Barack Obama.

O ex-presidente dos Estados Unidos tem como tradição suas listas de favoritos do ano e, em 2018, Um Casamento Americano, de Tayari Jones, foi um deles.

Resenha do livro "Um Casamento Americano", de Tayari Jones, por Debb Cabral, do blog Gato que Flutua, em 2021.
Foto: Debb Cabral/GatoQueFlutua

Celestial e Roy são um jovem casal de negros estadunidenses bem-sucedidos. Com pouco mais de um ano de casados, a vida deles muda quando Roy é preso acusado de um crime que ele não cometeu.

Assim, quando a emoção encheu meus olhos e fechou minha garganta naquela noite em Eloe, pensei que fosse paixão, não premonição.

Quando li sobre o livro, imaginei que ele falaria muito mais do encarceramento em massa dos negros, um tema tão necessário e que até virou assunto do documentário A 13ª Emenda, da cineasta Ava DuVernay.

Um Casamento Americano fala muito mais dos impactos da condenação injusta na vida das pessoas, tanto daquele que é preso, quanto daqueles que ficam do lado de fora.

Mas foi isso que a perda me ensinou sobre o amor. Nossa casa não está simplesmente vazia, nossa casa foi esvaziada.

Tive dificuldades na primeira parte do livro e quase abandonei a leitura. Celestial e Roy são jovens, isso se refletia em suas brigas bobas e infantis, bem como na insegurança de Roy enquanto homem. Essas briguinhas dão o tom do início do livro até que, com a prisão de Roy, a comunicação entre dois passa a ser através de cartas.

Daí em diante a leitura fica muito mais interessante, pois deixa de ser apenas o conflito de casal (que se mantém no resto da história, mas agora com temas mais sérios) e passa a ser sobre os impactos da prisão de Roy nos indivíduos e nas suas relações.

O casamento é entre duas pessoas. Não há plateia.

Confesso que não gostei muito do final, senti que resolveu rápido algumas coisas, mas devorei as páginas do livro e isso é um ponto positivo, pois significa que a história me fisgou.

Com o avançar da história, vamos conhecendo mais sobre os personagens, suas histórias, desejos e origens deles. Fica mais fácil entender as motivações de cada um, bem como o que os leva à tomada de decisões que são, muitas vezes, doloridas e difíceis.

O fato de eu não ter crescido com o meu pai tem importância. É como ter uma perna um centímetro mais curta do que a outra. Você consegue andar, mas não sem mancar.

Um Casamento Americano fala de ausência e são diversas delas ao longo do livro, desde a ausência de comunicação entre o casal até a ausência física a que são impostos pelo Estado com a condenação injusta de Roy.

Apesar de não ter gostado 100% do livro, é uma leitura que recomendo, principalmente pelo tema que nos faz mudar a perspectiva do olhar.

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