O Gato leu: Zodíaco

Zodíaco – Robert Graysmith
Editora: Novo Conceito (edição de bolso)
Ano: 2011
Páginas: 528
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Não é novidade nenhuma por aqui que gosto muito de histórias de serial killers, existe todo um aspecto psicológico no tema que acho curioso e interessante.

Desta vez, a abordagem escolhida é a da investigação jornalistica. O autor Robert Graysmith fazia parte da redação do San Francisco Chronicle em 1968, quando o Zodíaco matou pela primeira vez. O assassino permeou a vida e o imaginário dos moradores de São Francisco e de Robert, que ficou obcecado e realizou a sua própria investigação.

Foto: Debb Cabral

O Zodíaco é um enigma. A estatística oficial de suas vítimas relaciona 06 assassinatos, ele reivindica 37, mas o total verdadeiro pode ter atingido 50!

Qual a sua motivação? As cartas que ele enviou aos jornais mostram alguém que tinha prazer em matar. Sua mente é mais difícil de decifrar do que os seus criptogramas. O livro de Robert traz uma introdução escrita pelo jornalista na qual ele compartilha conosco as inquietações que o levaram a uma busca pessoal pelo assassino.

Os crimes do Zodíaco não podem ser descritos como simples homicídios. Foram crimes sexuais nos quais o assassino reduziu as vítimas a objetos que existiam apenas para lhe dar prazer através de atos de violência. A caçada pelas vítimas funcionava como preliminares e o ataque, como substituto para o ato sexual. (Pág. 11)

Eu já tinha lido uma análise sobre o Zodíaco no livro Arquivos Serial Killers: Louco ou Cruel?, da criminalista brasileira Ilana Casoy. O livro de Graysmith é muito completo, suas descrições são longas e detalhadas, o que se  apresenta como uma possível dificuldade no início da leitura.

São muitos fatos, nomes, lugares, datas e pesquisas que não podem ser negligenciados, mas conforme avançamos as páginas e nos situamos na história, a leitura torna-se mais rápida. Eu lia diversas páginas por dia e sentia que todos eram suspeitos.

… para alguns psicóticos, o ato de matar é uma forma de negar… sua impotência. A psicose é a obliteração gradual do ego, a terrível perda da própria autoimagem. (Pág 175)

Outro ponto interessante, é imaginar como que se daria a ação do Zodíaco e a investigação nos dias de hoje. Temos câmeras digitais, celulares leves, pequenos gravadores e internet de alta velocidade. Talvez seja impossível acontecer algo assim novamente.

Me chamou muito a atenção toda a questão política envolvida no caso. Os crimes do Zodíaco tiveram ampla repercussão, principalmente pelo fato dele entrar em contato diretamente com os jornais. Isso deixou todos em evidência, desde os detetives policiais até os jornalistas.

O Zodíaco de David Fincher

Em 2007, o diretor David Fincher, que já havia adaptado Clube da Luta para os cinemas, lançou o filme inspirado no livro de Robert Graysmith. Jake Gyllenhaal, Mark Ruffalo e Robert Downey Jr. estrelaram o elogiado longa.

Ele acredita que o Zodíaco é um filme “sobre uma época, um lugar e um processo, uma série de acontecimentos que mudaram a Califórnia de uma maneira interessante”. (Pág. 495)

Neste sentido, acho que todo o caráter descritivo e detalhista do livro foram perfeitos para Fincher tornar visual o que antes eram palavras.

O final do livro traz um extra chamado “Informações suplementares para o leitor sobre o Zodíaco de David Fincher” e nele Robert nos conta da sensação sentida ao ver seu texto adaptado. Seus comentários mostram que ele ficou satisfeito com a atenção e cuidado que tanto o diretor quanto a sua equipe tiveram pela pesquisa por ele realizada.

David Fincher é excelente em adaptações, em 2014 ele trouxe Garota Exemplar, livro de Gillian Flynn, para as telas dos cinemas.

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