O Gato leu: As Vantagens de Ser Invisível

As Vantagens de Ser Invisível – Stephen Chbosky
Editora: Rocco Jovens Leitores
Ano: 2012
Páginas: 224
Compre: Amazon

Estes tempos que quarentena têm afetado a minha leitura. Apesar de ter aumentado o ritmo estando agora em casa, a minha concentração foi prejudicada. É ansiedade, tédio, medo, insegurança. A cabeça não consegue focar. Mais alguém está se sentindo assim também?

Decidi, então, pegar um young adult, este gênero que amo tanto, para tentar colocar a cabeça em ordem novamente. O escolhido foi As Vantagens de Invisível, do qual já conhecia o filme.

Resenha do livro "As Vantagens de Ser Invisível", de Stephen Chbosky, publicada em maio de 2020, no blog Gato que Flutua, por Debb Cabral
Foto: Debb Cabral

Confesso que a minha empreitada não foi boa e tive muita dificuldade de me relacionar com a história.

O livro é escrito no formato de cartas. Charlie, o nosso protagonista, as envia para alguém que não conhecemos. Nelas, ele compartilha como que estão indo os seus dias, sua família e amigos.

E quero que você saiba que sou feliz e triste ao mesmo tempo, e ainda estou tentando entender como posso ser assim. (Pág. 12)

Charlie já nos mostra de imediato que tem algumas dificuldades de lidar com o mundo e com as pessoas. Aos poucos vamos vivendo o presente com ele, ao mesmo tempo, em que nos conta o que houve em seu passado. Temos histórias muito engraçadas e tristes ao longo da trama.

Seria muito legal ter um amigo novamente. Gostaria disso mais do que de uma namorada. (Pág. 31)

Vemos que crescer e amadurecer não é simples e que a escola pode ser um ambiente opressor. Esse microuniverso em que somos inseridos durante a vida acadêmica pede muito de nós. Por vezes, sentimos que tudo o que vivemos ali vai ser definitivo em nossas vidas.

AUSÊNCIA DE CONEXÃO

Por mais que o entendimento do que houve com o Charlie me faça ter mais empatia por ele, eu não consegui me conectar com o protagonista.

Só queria que Deus, ou meus pais, ou minha irmã, ou alguém, me dissesse o que há de errado comigo. Que me dissesse como ser diferente de uma forma que faça sentido. Que fizesse tudo isso passar. E desaparecer. Sei que é errado, porque a responsabilidade é minha, e sei que as coisas pioram antes de melhorar porque é o que diz meu psiquiatra, mas essa fase pior está grande demais. (Pág 149)

Charlie é muito difícil, por vezes, insuportável. Ele é um bom rapaz, filho e amigo, mas isso não bastou. Talvez o meu problema seja por causa da escrita das cartas que tem muito da oralidade, além da dispersão da mente do rapaz. Isso fazia com que a história me desse a sensação de não avançar.

Como já tinha visto o filme, já conhecia a sua dor e segui na leitura de peito aberto. Inocência e projeção de sentimentos fazem parte deste jovem que está quebrado por dentro. A busca dele por amigos também é a busca para encontrar o seu lugar no mundo.

É duro ver um amigo sofrendo tanto. Especialmente quando você nada pode fazer, a não ser “estar lá”. (Pág 171)

Charlie se sente encurralado como muitas vezes nós nos sentimos. Sam e Patrick são pessoas que ele conhece e que mostram que é preciso fazer descobertas, por mais ameaçadoras que elas possam parecer.

Por mais que a minha experiência de leitura não tenha sido positiva, ainda assim, louvo aqui sempre os young adults por trazerem temas mais complexos para os jovens. Quando feito com responsabilidade, isso provoca reflexões essenciais para o amadurecimento destes.


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