O Gato leu: Misery – Louca Obsessão

Misery: Louca Obsessão – Stephen King
Editora: Suma de Letras
Ano: 2014
Páginas: 354
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O meu amigo, Andrei Simões, disse certa vez que a personagem da Anne Wilkes é o pesadelo de qualquer escritor e que o King deve ter passado por alguma situação tensa que o fez colocar a história de Misery no papel.

Stephen King é um autor renomado, escritor de dezenas de livros de sucesso que foram adaptados e que trazem personagens que permeiam o nosso imaginário cultural. O cara tem muitos fãs!

Foto: Debb Cabral/GatoQueFlutua

Mas existem pessoas que vão um pouco além na admiração e é disso que ele fala em Misery. Ao usar a personagem Anne Wilkes, ele extrapola tudo isso e fala de obsessão, saúde mental, posse, sobrevivência e traumas.

Você me deve a vida, Paul. Eu espero que você se lembre disso. Espero que você tenha isso em mente. (Pág 25)

Na trama, Paul Sheldon é um escritor muito famoso que tem como maior sucesso a série de best-sellers protagonizados por Misery Chastain. No dia em que termina de escrever um novo manuscrito, decide sair para comemorar. Porém, uma forte nevasca o encontra no caminho e ele sofre um grave acidente.

Sua “sorte” é que ele não morre e é resgatado pela enfermeira aposentada Annie Wilkes. Ela se mostra simpática e se autointitula a sua “fã número 1”. Aos poucos, Paul percebe que os cuidados de Annie não são tão altruístas assim, ainda mais quando o desfecho da história de Misery não é bem o que a fã esperava.

– Dor? – ela olhou para ele com desdém bilioso – Você não sabe o que é dor. Você não faz a menor ideia, Paul. (Pág. 169)

Em Misery, temos Annie como uma figura misteriosa que surpreende Paul mesmo quando ele acha que já a entende. Enquanto isso, Paul cai de seu pedestal e tem que lidar com verdades que, dentro de si, já existiam.

Ele é um homem entre duas mulheres: Misery, aquela que lhe deu fama e fortuna, mas que ele odeia com todas as forças e Annie, aquela que mostra a ele, na prática, a sua fragilidade.

 A verdade não é mais estranha do que a ficção, não importa o que digam. Na maioria das vezes a gente já sabe exatamente como as coisas vão terminar… (Pág. 271)

Paul é egoísta e egocêntrico, já Annie segue a sua própria lógica. Ela tem o seu próprio mundo e a sua própria verdade. Sua insanidade fala com a loucura que existe em cada um de nós, com as nossas frustrações, desejos e vontades de possuir o que não temos.

Em um livro, tudo teria saído de acordo com o plano… mas a vida é muito bagunçada. (Pág. 312)

É uma leitura que vale muito a pena. Certamente não é para estômagos fracos, uma vez que as cenas de dor são bem visuais, mas recomendo a experiência.

Outros pontos da história que merecem atenção são os momentos em que Paul fala sobre o ofício de escritor e a referência a Sherazade, narradora dos contos de As Mil e Uma Noites.

ADAPTAÇÃO PARA O CINEMA

Em 1990, esta história foi parar na tela do cinema. O diretor Rob Reiner trouxe James Caan e Kathy Bates no papel da dupla de protagonistas.

O livro tem muitas outras situações que não entraram no recorte do filme, mas a adaptação é tão boa que foi sucesso de bilheteria além de render o Oscar de Melhor Atriz para Kathy Bates.

A escolha do elenco é muito acertada, bem como a sua ambientação. Este suspense não envelhece e tem algumas das melhores e mais assustadoras cenas do cinema.

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