O Gato leu: Jardins Suspensos

Jardins Suspensos (série Dente de Leão) – Victor Allenspach
Editora: Independente
Ano: 2021
Páginas: 248
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Comecei o ano lendo uma ficção cientifica nacional para já ir tirando a poeira das leituras que ficaram paradas praticamente desde agosto de 2021.

O Victor Allenspach, autor parceiro do blog, me mandou os cinco livros impressos da série Dente de Leão, a qual ele deu forma durante a pandemia.

Jardins Suspensos, primeiro livro da série, traz a relação homem e máquina que questiona temas como trabalho, acúmulo de capital, política e relações humanas.

É difícil esquecer os devaneios de quem vive em uma enorme ilha de indiferença. (Pág. 34)

Na história, toda profissão que possa ser substituída por uma máquina vai deixar de existir como forma de emprego para os humanos. Muitas profissões resistem com fortes sindicatos e subsídios públicos, mas nunca por muito tempo. Robôs são precisos, eficientes e baratos, além dos programas de analisam dados e decidem a vida das pessoas em questão de segundos.

Foto: Debb Cabral/GatoQueFlutua ©

Em poucas décadas as máquinas fizeram do valorizado fator humano, um pesado fardo. Assim, os desempregados tomam as ruas em protestos. Contra o sistema? Contra o avanço tecnológico? Contra o progresso?

A revolução afeta a vida de Yara e Pedro, nossos protagonistas que não escapam imunes às mudanças. Cada um enfrenta a realidade a sua maneira. Podem acreditar que estão no controle de suas vidas, mas são incapazes de compreender a dimensão de seus próprios atos.

– Todo mundo odeia a realidade, essa não é a questão. A questão é o que você está disposto a sacrificar pelas mudanças? (Pag. 188)

Uma coisa que me chamou a atenção no livro do Victor e no seu texto “O desemprego como ideal” é como a questão tecnológica não é o problema, uma vez que a tecnologia é só uma ferramenta. O problema é o uso que fazemos dela, pois de nada adianta os avanços tecnológicos se a parte social permanece retrógrada.

Toda essa discussão trazida me lembrou uma leitura anterior (que não consigo lembrar de onde foi) e que abordava a questão de que a tecnologia já nos dá a capacidade de gerar o suficiente para todos de modo também a reduzir a carga de trabalho na produção e fornecer mais tempo livre para as pessoas. Porém, isso não é de interesse do capital, visto que ele busca a manutenção das desigualdades e a exaustão física e mental do ser humano para que este não tenha forças para questioná-lo.

Há sempre um lugar seguro para os ricos fugirem, quando os pobres se lembram de que são pobres. (Pág. 268)

A realidade escondida através de uma película de embelezamento (aos que podem pagar por ela), é uma coisa do livro que parece tão distante, mas não é não. Os produtos que os personagens compram para usarem somente com as lentes me lembrou muito as NFT’s, itens que só existem no mundo digital. Isso sem falar nos filtros de Instagram que nos fornecem uma versão irreal do que vemos.

Será que isso tudo vai desaparecer (ou nunca existiram), tal qual os Jardins Suspensos da Babilônia? Vou tentar descobrir no próximo livro da série!

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2 thoughts on “O Gato leu: Jardins Suspensos

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