E se o tecido social se romper?

Fico pensando sobre a polarização em que vivemos hoje. Direita x Esquerda, Marvel x DC, Biscoito x Bolacha e uma sucessão de etecéteras. Estamos tão preocupados em provar o nosso lado que nem focamos na solução das coisas. O “eu estou certo, você está errado” resume muito das conversas atuais.

Quando vejo brigas inflamadas e agressivas na internet tenho um misto de reações. A primeira é passar longe pois não quero me envolver, a segunda é uma pequena inveja do tempo livre que os envolvidos tem para replicarem cada notificação e, por último, um pânico crescente, pois me toco de que aquelas pessoas são reais, elas vivem no mesmo mundo/cidade/bairro que eu. Todo aquele ódio habita um corpo físico.

A série Orange is the new black mostra diversidade de pessoas e pensamentos no convívio social

É esse pânico que me faz escrever este texto, pois penso que não nos importamos com mais nada além de nós mesmos. Tudo bem você ter um outro olhar para a situação, mas precisa brigar, xingar, humilhar e ameaçar quem está do outro lado?

Vi nos jornais a cena de uma briga de torcidas organizadas rivais. Eram pessoas que estavam mais interessadas em provar seus pontos do que acompanhar o futebol. Os comentários sobre qualquer tema na internet não estão muito longe disso.

Não quero dar uma de Poliana e dizer pra ver o lado bom de tudo, nada disso. Eu já fui uma pessoa muito esquentada e impaciente e o autoconhecimento me ajudou a ver a origem disso e não descontar naqueles que nada tem a ver.

A vida é difícil para todo mundo. Sei que pintamos um paraíso nas selfies sorridentes do Instagram mas você sabe que alguns dias são mais difíceis que os outros, não é mesmo? Agora imagine que a outra pessoa ainda tem seus próprios problemas para lidar antes e depois de falar com você. Seja gentil, por mais certo que você esteja.

Recentemente tive a oportunidade que assistir a uma palestra da Juliana Wallauer do Mamilos Podcast e na sua fala esperançosa tinha a preocupação que deu título a este texto. Pensa bem, de que adianta chegarmos à solução ou à resposta da questão inicial se um abismo foi formado entre mim e o outro? Por que transformei a diferença de opinião deste em um ataque pessoal e agora ataco a todos como uma espécie de defesa antecipada?

Parece aquela partida de futebol entre crianças na qual a brincadeira dá lugar ao choro e termina com o dono levando a bola embora. É o fim daquele momento conjunto. Isso quando um outro não fura a bola com raiva, eliminando de vez todas as possibilidades de retorno ao estágio inicial.

Como será que a nossa partida vai terminar?

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