É interessante que, ao longo desses meus anos como leitora (e consciente desse lugar!), eu tenho percebido o quanto que a minha biblioteca pessoal e minhas escolhas literárias refletem a pessoa que eu sou e a pessoa que o caminho para ser.
Eu já tive o sonho da biblioteca gigante, já tive orgulho da posse dos livros (que capitalista, não é mesmo?), mas hoje em dia isso não me enche mais os olhos.
Engraçado que essas escolhas inconscientes são, na verdade, conscientes. Escolher um livro mais leve no momento que eu estou mal ou com a cabeça confusa e um livro mais denso ou pesado apenas na hora em que eu me sinto pronta. São várias as Deborahs que aparecem na hora de escolher qual será a próxima leitura.
Eu já passei da fase de escolher apenas aquilo que eu acho que vai agradar os outros, de tentar manter uma imagem de culta, inteligente, “aquela que só lê coisas cabeça”. Eu não me sinto obrigada a ser séria o tempo todo.
Então, de vez em quando chega um romance adolescente, um Young Adult, uma fan fic, um livro hot gratuito na Amazon. E tá tudo bem, porque é essa Deborah que está presente no momento e isso é o que ela está querendo ler.
Toda a leitura é válida. Não me envergonho de livros que leio e não posto só aquilo que me dá “orgulho”. Eu posto por aqui aquilo que mexeu comigo a ponto de eu precisar escrever o que senti.
Meus livros e minhas leituras dizem quem eu sou. Eu me orgulho de tudo porque eu escolhi para ler, pois cada uma das palavras compartilhadas me trouxe até aqui.
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