O quanto você consegue suportar quando toda tentativa resulta em uma negativa? O quanto é possível se manter confiante se ninguém te concede um voto de confiança? Vale a pena persistir mesmo depois de mudar, aprender, tentar melhorar e parecer que nada disso é reconhecido ou valorizado?
Não importa qual a sua versão, ela sempre é rejeitada, não é mesmo? O que fazer quando você sente que não se encaixa em nenhum lugar?
Talvez aí esteja o problema. Em que lugar estou querendo entrar? Os sonhos de quem estou querendo viver? Você já se perguntou isso? Eu já.
Sinto que não caibo mais em nenhum lugar, nem no lugar onde nasci em nem em qualquer outro. Me retraio e me expando rapidamente, tão rápido que quem está próximo não consegue acompanhar. Às vezes nem eu.
Mas percebi que só caibo em mim mesma, somente eu dou conta de mim. Conversando comigo encontro um caminho mesmo nos piores dias. Não dá para buscar acolhimento no outro para fugir de si mesmo. Busco e encontro conforto em mim.
Se eu mudo, é por mim. Se eu permaneço, também é por mim.
O baque é forte, o chão é duro mas a minha cabeça também. Decidi trilhar um caminho e seguirei por ele. Talvez agora eu não tenha apoio, não tenha ajuda mas tenho a minha convicção.
É difícil voltar ao inicio, mesmo quando você está totalmente ciente de que a zona de conforto virou a zona de acomodação. É tão quentinho e acolhedor o lugar-comum, o medo do fracasso é como um balde de gelo.
Essa foi uma escolha minha e sei que não será nada fácil a conquista. Existirão dias de espera, cansaço, pés doloridos, ansiedade e lágrimas no chuveiro, mas também pequenas vitórias.
Haverá um reconhecimento pela persistência. Talvez ainda assim ele não venha dos outros, mas ele pode (e deve) vir de mim mesma ao constatar que sou mais forte ainda do que imaginava.
Eu aguento muita porrada. Pode vir.
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