As Horas Selvagens – Breno Torres
Editora: Monomito
Ano: 2018
Páginas: 186
Percebi que, com uma exceção, TODOS os livros que comprei este ano são de autores paraenses!
O livro As Horas Selvagens foi escrito pelo meu querido amigo Breno Torres em praticamente uma semana, tamanha era a necessidade que ele tinha de externar essa história.
No momento em que fiz a compra, ele me avisou sobre possíveis gatilhos que a narrativa tem. São histórias que não são todas doces ou amorosas. O cenário de um quarto de motel, onde se passa seu livro, nem sempre traz boas lembranças.
Ela estava no paraíso e sabia – só quem já esteve no inferno sabe quando é chegado o tempo dos céus. (Pág. 43)
Assim como a sensibilidade estava em seu aviso, ela está por toda a trama. Entre quatro paredes somos demasiadamente humanos ao mesmo tempo em que deixamos evidente o nosso aspecto mais ferino.
Em As Horas Selvagens, seguimos com Breno Torres desde a recepção até o último quarto no fim do corredor do motel. Pernoitamos e deixamos que as diversas vidas que transitam por ele durante a madrugada, transitem por nós também.
Ainda há todo o passado que nos traz até o momento presente. Ele é aquele que nos encaminha para uma cama com uma pessoa que nem sempre escolhemos de maneira consciente.
Breno Torres partilha histórias
Há a aceitação da dor e da violência. A humilhação e o silenciamento. O desejo por privacidade e liberdade. Uma fuga, uns minutos de êxtase, momentos alheios à realidade do outro lado da porta.
Porém, a mesma realidade a que estamos alheios, também nos é alheia. Falta de empatia e de fraternidade. O grito nem sempre é de prazer, mas ele sempre é silenciado.
Havia vida naqueles lugares – real, visceral, palpitante vida. As pessoas vinham ali viver seus momentos de desejo, prazer, realização, descanso. Momentos como esses podem fazer uma existência toda valer a pena. Sabia, é claro, que muitas passavam por momentos de dor, de abuso, de verdadeiro horror dentro daquelas suítes – não à toa toda uma concepção de marginalidade cultural recai sobre esses estabelecimentos -, mas desde quando a dor, a melancolia, os sentimentos tão comumente considerados miseráveis não fazem igualmente parte da vida? (Pág. 111)
O texto de orelha pelo escritor Andrei Simões e o prefácio pelo dramaturgo Saulo Sisnando só acrescentam potência ao livro As Horas Selvagens. Além disso, eles mostram a parceria e o apoio que existe no cenário da literatura paraense.
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Que bacana, prestigiar os amigos. Não conhecia o livro e fiquei interessada, gostei conhecer um pouco da história.
Beijocas.
https://www.parafraseandocomvanessa.com.br/
Simmm, Vanessa! E eu indico não só pela amizade, mas pela qualidade da escrita mesmo!
É uma história envolvente.
Obrigada pela visita!