Novos contos da montanha – Miguel Torga
Editora: Nova Fronteira
Ano: 1996
Páginas: 245
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Em 2018 eu disse a mim mesma que um dos meus objetivos literários seria ler os livros que já estão na minha estante antes de sair correndo atrás de novidades. Novos contos da montanha é um desses exemplos, alguns de seus contos eram leitura obrigatória no ano em que prestei o vestibular. Naquela época li somente as histórias que precisava e o livro ficou parado na minha estante por quase oito anos.
A ultimo temática do Desafio Doze Meses Literários era contos e aproveitei a oportunidade para pegar este velho conhecido para ler. Finalizei a leitura atrasada em janeiro e só agora consegui uma folga para postar a resenha.
A vida está acima das desgraças e dos códigos. (Pág. 29)
No livro temos vários contos que se passam na mesma aldeia. Histórias e personagens conectados em um Portugal agrário e humilde. Os contos são bem curtos. Quando eu conseguia entender a história, ela acabava. As narrativas que mais gostei foram: Repouso, O Caçador, O Leproso, Natal, Renovo, Regresso, A Confissão e A Festa.
São histórias tristes de pessoas simples em tempos difíceis. Vulnerabilidade, malícia e inocência estão presentes nos contos deste livro que me lembrou muito o Cenas da Vida Amazônica, de José Veríssimo. A natureza humana os aproxima.
Com a cuba do estômago cheia e a imagem da Santa espetada na fita do chapéu, um homem sente-se capaz de tudo: de matar o semelhante e de comungar. Ouve-se um padre-nosso e uma saraivada de asneiras ao mesmo tempo. (Pág. 203)
A melancolia é muito forte nessas histórias, vemos as diversas nuances de um mesmo personagem em várias tramas. Fiquei feliz de ter lido o livro agora. Talvez com 17 anos e uma cabeça focada no vestibular não fosse o momento certo para olhar com atenção esta pequena aldeia que Torga nos convida a conhecer.
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