Extraordinário – R. J. Palacio
Editora: Intrínseca
Ano: 2013
Páginas: 320
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Eu lembro que logo quando o livro Extraordinário foi lançado eu não dei bola alguma. Vi a imagem da capa, o alvoroço em cima dele e fui na direção contrária. Sempre faço isso quando algo está muito em evidência.
Os anos se passaram e foi anunciada a adaptação para o cinema, com nomes como Jacob Tremblay, Julia Roberts, Owen Wilson e a brasileira Sônia Braga. Isso chamou a minha atenção e foi aí que eu finalmente fui descobrir de que tipo de história tratava o livro.
Quando tiver que escolher entre estar certo e ser gentil, escolha ser gentil. (Pág. 55)
Agora tive a oportunidade de ler a obra original e me juntei ao coro de fãs de Auggie Pullman. A minha aversão à tudo aquilo que os outros estão amando ao mesmo tempo quase me custou a experiência incrível que foi devorar este livro em um dia.
Extraordinário conta a história de August Pullman, o Auggie, que nasceu com uma síndrome genética cuja sequela é uma severa deformidade facial. Desde recém-nascido o menino vem passando por diversas cirurgias e complicações médicas. Por isso, ele nunca havia frequentado uma escola de verdade… até agora.
Garoto rato. Estranho. Monstro. Freddy Krueger. E.T. Cara de lagarto. Mutante. Conheço os apelidos que me dão. Já estive em parquinhos suficientes para saber que crianças podem ser cruéis. (Pág. 84)
Ser aluno novo é difícil para todo mundo, mas com o tempo vamos entendendo as regras da vida escolar, nos misturamos e nos tornamos mais um naquela massa enorme de estudantes. Para Auggie, com um rosto tão diferente, isso é impossível. Quando as aulas do quinto ano estão para começar o rapaz tem certeza da sua difícil missão: mostrar que por trás daquela aparência incomum existe um menino igual a todos os outros, com nerdisses, sonhos, medos, comidas preferidas, preguiça e amor pela sua família.
Extraordinário é emocionante. R. J. Palacio criou uma história repleta de amor. Ao contar a luta de Auggie e de sua família por aceitação e acolhimento ela nos mostra a importância de ser gentil. Não seja rude, todo mundo está enfrentando uma batalha em sua vida.
– “Mais gentil que o necessário” – repetiu. – Que frase maravilhosa, não é? Mais gentil que o necessário. Porque não basta ser gentil. Devemos ser mais gentis do que precisamos. Adoro essa frase, essa ideia, porque ela nos lembra que carregamos conosco, como seres humanos, não apenas a capacidade de ser gentil, mas a opção pela gentileza. (Pág. 302)
Toda vida interfere na outra, cada palavra dita ou não-dita, cada gesto, cada escolha. Um menino pode causar um impacto em uma comunidade escolar. Ao olhar para o outro nós temos a oportunidade de olhar também para dentro de nós. Um dos grandes destaques da narrativa de R. J. Palacio é que ela é contada da perspectiva de seus diversos personagens, não só de seu protagonista. Vemos múltiplos olhares e sentimentos para uma mesma situação.
É uma história tão linda e potente que estou emocionada até quando escrevo este post. Vale muito a pena conferir!