Maus – A História de um Sobrevivente – Art Spiegelman
Editora: Companhia das Letras/Quadrinhos na Cia.
Ano: 2005
Páginas: 296
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Este é um é daqueles livros que eu deveria ter lido durante a faculdade de jornalismo, mas que acabei deixando passar. Ainda bem que o Desafio Doze Meses Literários me fez olhar com mais atenção para os livros que já estão fazendo aniversário aqui em casa sem que eu os leia. O vencedor do Prêmio Pulitzer de literatura, é leitura obrigatória, não só para comunicadores, mas para todo mundo.
Maus conta a sobre a vida de Vladek Spiegelman, um judeu-polonês que sobreviveu ao campo de concentração de Auschwitz. A história, ele narrou ao seu filho, Art, que a transformou em uma graphic novel.
Nós já vimos diversos relatos, documentários e filmes sobre a Segunda Guerra Mundial, Hitler e os horrores do nazismo. Em Maus a metáfora visual é o que nos chama primeiro a atenção. Os judeus são desenhados como ratos, os nazistas como gatos; poloneses não-judeus como porcos e os americanos, como cachorros. A mudança na figura dos personagens pode nos levar a lê-lo como mais uma ficção, como mais uma história qualquer. Porém, quando nós paramos para refletir que aquilo ocorreu de verdade e que aquele livro é um documento, digno de um prêmio como o Pulitzer, ficamos perturbados. Maus não é uma historinha, é quase uma evidência.
Art sabe o peso da história intima que decidiu compartilhar com o mundo, ele mesmo já fugiu dela e achou que aquele era um fardo muito pesado. Uma das melhores escolhas para essa narrativa foi o fato dela intercalar o passado e o presente. Temos, de um lado, um Vlardek jovem, vendo a sua vida e as situações politica, social e econômica mudarem drasticamente, além da esperança ficar cada vez menor; do outro, um senhor que sobreviveu a tudo isso e que mora em Nova York. Comparado a tantos outros ele se saiu bem, mas isso não quer dizer que não tenha saído marcado.
Vlardek é inteligente, mas não pode nunca ser visto como um herói, ele é apenas mais um ser humano. Esperto, aproveitou as poucas oportunidades que apareceram em meio a guerra. Aquelas habilidades e comportamentos que no passado salvaram a sua vida no campo de concentração, no presente tiram dos nervos aqueles que estão em sua companhia. Um homem de valor e que faz de tudo por aqueles que ama, mas que também é um individuo mesquinho e racista. Só a vida real nos mostra o outro sem o véu da ilusão.
Maus é brutal e sentimental ao mesmo tempo. Fala sobre uma guerra que (graças a Deus) não vivi, mas que sempre me assusta e me faz pensar se estamos tão distantes de voltar a isso?
A história ganhou uma nova tradução e foi relançada pela Companhia das Letras/Quadrinhos na Cia. com as duas partes reunidas num só volume.
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