X-Men: Deus Ama, o Homem Mata – Chris Claremont e Brent Anderson
Editora: Panini
Ano: 2014
Páginas: 104
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Que graphic novel maravilhosa! Não tenho adjetivos suficientes pra descrever o quanto ela é boa!
Eu gosto muito dos X-Men, pois as suas histórias sempre dão pano para debater questões sociais. Eles são mutantes, o novo estágio da evolução humana mas são vistos como inimigos e, com isso, são excluídos. Nessa metáfora cabe tanta coisa…
Dentro da própria classe há desavenças de ideias. Assim, cada história tem que ser analisada de acordo com seu contexto. O vilão hoje, se torna o aliado amanhã.
Os Fabulosos X-Men e Magneto têm sido, por anos a fio, os mais acirrados inimigos. Porém, nessa trama eles precisam juntas suas forças contra um novo adversário que os ameaça. E esse adversário diz falar em nome de Deus.
Se Deus criou o homem, então o diabo criou os mutantes. Esse é pensamento dos membros da Cruzada Stryker, que estão preparados para purificar a Terra sem se importar com as consequências sangrentas de sua causa.
O Reverendo Stryker é um homem determinado e irá até o fim com o seu objetivo de colocar todo o mundo contra os mutantes. Então, tendo o Professor Xavier como inimigo e Magneto como aliado, os X-Men são submetidos a várias provações ordenadas por esse “homem de Deus” enlouquecido.
É interessante notar que essa não é uma história contra Deus, não mesmo, ela é uma reflexão sobre o contraste entre crer em Deus e acreditar plenamente na palavra dos religiosos. Fé e representação de fé são duas coisas completamente diferentes. Nela vemos personagens como o Noturno, que é um católico convicto, e Kitty, que é judia; eles tem as suas crenças religiosas, mas não acreditam que elas sejam melhores que as dos outros. Infelizmente não é assim que Stryker pensa.
Tolerância, submissão e opressão estão nesta trama atemporal. É uma graphic novel que resume bem o que é o conceito dos X-Men para mim, uma síntese das lutas diárias que encontramos ao viver em sociedade. Essa é uma história adulta que consegue nos deixar mal ao mostrar o uso da religião como canalizador do ódio contra o outro. Infelizmente o mundo real está cheio disso.
Direta e sem enrolação, X-Men: Deus Ama, o Homem Mata, é uma das histórias mais poderosas e influentes de Chris Claremont e serviu como referência para o filme X-Men 2. Esta edição da Panini a trouxe com um tratamento especial. Relançado com capa dura, conta com entrevistas exclusivas com o roteirista Chris Claremont e o desenhista Brent Anderson, além de artes adicionais.
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