O Massacre da Serra Elétrica [Arquivos Sangrentos] – Stefan Jaworzyn
Editora: DarkSide
Ano: 2013
Páginas: 320
Compre: Amazon
Eu não acredito que estou fazendo a resenha desse livro! Já contei por aqui no post do 6 on 6, que foi através desse livro que conheci a DarkSide, uma das minhas editoras favoritas.
O Massacre da Serra Elétrica (1974) é um dos filmes que mais curto e não canso de assistir. Possui uma estética única e quando penso no Texas, ele está lá, como parte do folclore. Teve uma longa série de filmes que não alcançaram o tamanho da força da obra original e eu sempre quis saber o motivo disso…
Para a minha felicidade, o livro integra justamente a coleção Dissecando Filmes Clássicos de Terror, que apresenta os bastidores das principais obras do gênero. Este, que é um livro feito basicamente com entrevistas, nos conta todo o processo de produção das obras e a relação entre as pessoas que trabalharam nelas.
Esse tipo de sensibilidade, esse tipo de percepção de ‘valores’ coexistia com a carnificina do assassinatos que estavam acontecendo. (Pág. 56)
Ele ainda é um retrato da indústria cinematográfica norte-americana. Nele vemos que muitos dos filmes da franquia tinham a possibilidade de alcançar o sucesso, mas trabalhar em um estúdio com uma lógica corporativa não é algo que ajuda muito no processo criativo. Prazos e orçamentos reduzidos, corte final decidido pelo estúdio, distribuição falha e mudanças no roteiro são só alguns dos problemas encontrados ao longo do caminho dos filmes seguintes.
Então quer dizer que o original teve sucesso, pois não encontrou problemas? De jeito nenhum.
O filme de Tobe Hopper teve o grande problema das produções independentes: a falta de dinheiro. Tudo foi feito com muito improviso e bastante criatividade. A equipe acreditava que aquele seria apenas mais um filme de verão. Tiveram ocasiões em que eles trabalharam por mais de 20 horas seguidas no calor texano.
Vários dos adereços e objetos em cena foram confeccionados com ossos de animais de verdade, encontrados em abatedouros ou na beira da estrada. Isso e Gunnar Hansen, o Leatherface original, que só tinha um figurino disponível para usar por mais de 30 dias, fediam demais.
Uma vez que começamos, muitos amigos trouxeram coisas nojentas para adicionar à coleção. (Pág. 65)
A paixão pelo cinema dá o tom ao livro. Há vários relatos de exaustão ou doença por conta do trabalhos nessa historia sangrenta, porém o elenco e a equipe reconhecem a força que O Massacre da Serra Elétrica alcançou. O estilo de filmagem fez com que muitos dos espectadores acreditassem que aquilo de fato acontecera e que estavam vendo um documentário. O medo da família canibal se fez presente com inconsciente coletivo.
Este livro é uma obra incomparável tanto para quem curte o filme quanto para aqueles que sem interessam pela arte de fazer cinema. Ele faz uma verdadeira anatomia do filme clássico e apresenta pela primeira vez o making of e a história completa da série. Cheio de fotografias raras e inéditas, com diagramação e arte fantásticas, esse livro é necessário para todo fã de terror e cinema.
Às vezes fazemos coisas pelos motivos errados. (Pág. 195)
A minha única ressalva quanto a ele é o capítulo que fala sobre Eggshells, o primeiro filme da parceria entre Hopper e o roteirista Kim Henkel. Ele serve para mostrar como a equipe do Massacre se conheceu, o que é bom, porém foca demais na história desse filme. Como é um dos capítulos iniciais ele acaba meio que frustrando toda a expectativa do leitor que vem atrás do Massacre em si. Não é um capítulo ruim, só achei demasiado longo.
Já o capítulo sobre Ed Gein, que inspirou clássicos do terror com sua vida e seus crimes é bem perturbador e impossível de parar de se ler.
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Adoro esses livros com curiosidades e informações sobre a produção. Adorei o do livro Sexta-Feira 13. Ainda não li a edição de O Massacre da Serra Elétrica, mas estou bem curioso. Gosto bastante de filmes de terror ♥
Abraços
Simmmm. Eu também adoro saber sobre os bastidores, porque às vezes a gente julga ou fala algo e não tem noção do trabalho que deu para apresentar aquele resultado (seja ele bom ou ruim).
Ainda não li o do Sexta-feira 13, mas tá na lista!
Abraços e obrigada pela visita! 🙂