Em A Garota Dinamarquesa conhecemos Einar (Eddie Redmayne), artista dinamarquês de sucesso. Ele vive uma vida normal com sua esposa e também artista, Gerda (Alicia Vikander). Certa vez, com uma ausência de modelo, Gerda pede a Einar que vista uma roupa de mulher para um quadro. Einar percebe, então, que sempre sentiu algo diferente, pois ele era uma pessoa diferente, ele era Lili.
Acompanhamos a vida de Lili Elbe (identidade feminina), tentando entender quem é e o que deseja para a sua vida, ainda que no corpo de Einar e em um casamento com Gerda. Lili é uma mulher transgênero na década de 1920.
A Garota Dinamarquesa é de uma beleza suave. Tudo parece combinar perfeitamente, cabelo, maquiagem, figurino, cenário… Tinha horas em que eu olhava para uma parede e dizia, “essa parede parece a do quarto do Van Gogh“. Tudo parecia uma pintura.
O filme envolve e nos deixa apreensivos pelo futuro de Lili/Einar e da relação com Gerda. A atuação de Eddie conseguiu me surpreender algumas vezes. É uma história difícil e necessária. Junto de Carol, este é único filme representante LGBT no Oscar.
Mas A Garota Dinamarquesa não conseguiu arrebatar meu coração. Gerda, pra mim, tem mais força no filme inteiro do que Lili/Einar. Isso me leva a perguntar, quem é realmente a Garota Dinamarquesa?
Eddie trabalha bem o seu papel, mas não consegue chegar a altura de Alicia que interpreta a esposa de uma pessoa trans em processo de descoberta, uma mulher que ama tanto a ponto de deixar aquele que ama partir.
Viver uma vida dentro de um corpo que parece não ter sido feito para você é algo muito intenso, mas não consegui sentir isso. Sentia a depressão de Gerda, a dor ao sorrir, a crise no casamento e o entendimento de que o companheirismo iria permanecer, ainda que com outra pessoa.
Gerda é a protagonista, ela é A Garota Dinamarquesa. Acho que faltou um pouco mais de foco dos realizadores, um olhar mais sério e menos romanceado para um tema tão pertinente.
O filme é baseado no livro homônimo e também controverso de David Ebershoff.
Concordo com você. O filme Garota Dinamarquesa é lindo, existem aspectos dele que te levam a refletir muitas questões e dificuldades no processo de transformação e como isso impacta a vida das pessoas ao seu redor, na década de 1930. Porém, o filme é corrido, as explicações são superficiais e o expectador não capta a essência desse processo. No final o filme não convence, e aqueles que possuem preconceitos em relação a história (por ignorância) continuarão com ele. De certa forma, o livro te leva a aspectos que o filme deixou de fora, como o que se passa na mente de Lili Elbe, os procedimentos para a transformação, os seus sentimentos, enfim, tenho minhas criticas a ele também, mas no geral deixa tudo bem claro em relação ao filme. A questão é que estamos falando de Hollywood, onde tudo tem que ser ágil. Se fosse para o cinema independente acho que a obra seria melhor retratada…
Pois é Francisco, um filme com essa temática tem que ser trabalhado com cuidado, pois já não temos muitos, e quando sai um, sai desse jeito.
Fiquei muito curiosa pra ler o livro depois que você disse que ele se passa na mente dela, isso ajuda muito no entendimento.
No filme parece corrido e às vezes faz com que a Lili seja irritante por tornar a vida da companheira dificil, o que sabemos que não era o objetivo.
É muito importante conhecer a história e debater o assunto.
Beijão!