As séries são o fenômeno mundial. Ficamos ansiosos pelo episódio da semana, vemos antes de todo mundo com uma legenda tosca e soltamos spoilers. É uma loucura.
Mas quando o episódio tem uma narrativa diferente, uma abordagem fora do comum, ficamos impacientes. A equipe de produção trabalhou duro em um episódio mais elaborado, escreveu diálogos incríveis, nos mostrou uma nova faceta da personagem, mas se não tem ação, nós corremos para a internet para reclamar.
The Walking Dead, The Strain e American Horror Story são três séries em andamento que acho bem interessantes. Todas tem em comum aquela repulsa, barbárie e o sangue derramado que adoramos ver. Mas uma história não se resume só ao seu aspecto visual, ela serve para nos levar a uma reflexão.
Cada uma delas, a sua maneira, nos faz olhar para a humanidade e o que restou de humano nela. Corrupção, poder, sobrevivência. O quanto uma tragédia pode nos mudar e o quanto ela pode nos revelar mais sobre nós mesmos?
Infelizmente nem todos nós conseguimos enxergar que, por exemplo, TWD é muito mais do que uma série de zumbi, é luta pela sobrevivência e para manter a mente sã. Vemos pessoas que, diante da catástrofe, enfrentam seus próprios demônios para não se tornarem zumbis sem identidade, pensamentos e sentimentos, mesmo estando ainda vivas.
Mas não é disso que queremos saber. Queremos sangue na cara, violência, nudez e palavrões. Eu adoro ver tudo isso também. Mas adoro ver tudo isso numa história bem contada, com contexto e numa excelente metáfora.
Um personagem consegue evoluir seu caráter dentro de um episódio de menos de uma hora. Por que não seguimos seu exemplo e aprendemos com a experiência do outro? Por que ainda temos dificuldade de nos concentrar, de olhar com atenção, de ler as entrelinhas.
Devemos escorregar pelo buraco do coelho como a pequena Alice. Tirar o véu dos olhos, ver, rever e nos permitir ir além da superficialidade.
Concordo com você,
Acredito que aquilo que lemos, vemos, ouvimos, o nosso lazer de cada dia só faz sentido se a gente tiver algo para extrair, seja qual recado for. Porém, isso é algo que não está presente na vida de todos, prefere as perspectivas superficiais das coisas, e entra em desespero quando algo vai além do que vemos.
Isso mesmo, Francisco.
Muitas vezes a experiência vai para um lado que nunca imaginamos e ficamos na defensiva. O que é novo assusta e automaticamente nos afastamos. Não é pra ser assim.
Temos que olhar com mais atenção, ver todos os angulos. Talvez lá esteja a mudança que precisamos. Reclamamos que está tudo igual, mas repelimos tudo o que sai disso.
Obrigada pela visita e pelo comentário. <3
Beijão!