O Lago do Esquecimento – Paula Sampaio
Editora: Edição da autora
Ano: 2013
Páginas: 72
Para lidar com esse horror, existe, entre outras coisas, a arte. (Adolfo Gomes, Pág. 09)
Uma das melhores coisas do jornalismo cultural é o fato de conhecer e trabalhar com artistas que você admira.É o caso da Paula Sampaio, ela supervisionou o meu estágio em assessoria de imprensa no Centro Cultural Sesc Boulevard.
Quando ela estava em produção do seu livro O Lago do Esquecimento tive a oportunidade de acompanhar o processo, dar ideias e opiniões enquanto ele era ainda só uma boneca.
O livro foi lançado no final do ano passado. Me dediquei logo à leitura dele e vim aqui compartilhar com vocês. O Lago do Esquecimento, projeto contemplado com o XII Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia é resultado de uma pesquisa ainda não concluída sobre os impactos e marcas da construção da Usina Hidrelétrica de Tucuruí.
Ainda assim, a paisagem comum na área do lago são os troncos que emergem do fundo das águas tomando formas fantasmagóricas, como em um Letes, o rio do esquecimento, rumo ao reino de Hades, o reino da morte. (Rose Silveira. Pág. 37)
O livro foi editado com depoimentos dos moradores das ilhas formadas após a inundação e fotografias da floresta fossilizada, que resistiu à esse delírio incessante pelo progresso a todo custo. Paula optou por publicar O Lago do Esquecimento mesmo antes da pesquisa estar concluída justamente por crer na iminência de discutir o assunto.
Olha, as cidades mesmo, você já não vê. Vê os restos das casas, os esteios, os tocos como deixaram. Em Jacundá, ainda se vê, perfeitinho, a caixa d’ água… Ela ficou. (Tomé Coelho Ramos Moraes, morador de Tucuruí. Pág. 25)
O livro conta, ainda, com textos do jornalista Adolfo Gomes, que destaca o longo percurso percorrido por Paula; da historiadora Rose Silveira, que dá um panorama histórico e social; e do fotógrafo, escritor e historiador Pedro Afonso Vasquez, que com muita sensibilidade e franqueza, fala sobre o trabalho e a trajetória da artista.
Um trabalho exemplar, que combina as características épicas inerentes ao melhor da fotografia documental com o envolvente mistério subjacente à boa fotografia de expressão pessoal. (Pedro Afonso Vasquez. Pág. 62).
Não tem como não sentir a sua força viva das suas imagens, onde as figuras sombrias de gárgulas, coelhos, mãos, homens e mulheres aparecem em preto e branco, atemporais, como guardas de uma cidade fantasma.
O Lago do Esquecimento teve uma edição de 500 exemplares com distribuição gratuita. Ele pode ser obtido via PDF no site da fotógrafa. Além disso, você pode encontrar um vídeo, fotos e texto da artista.
Divulgue esse trabalho! É importante que ele chegue ao máximo de pessoas possível!
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