O Gato leu: O Vermelho e o Negro

O Vermelho e o Negro – Stendhal
Editora: Coleção Clássicos da Abril #26
Ano: 2010
Páginas: 630

Ler os clássicos é sempre um bom objetivo. Dessa vez a minha TBR me incumbiu de ler O Vermelho e o Negro, romance do frânces Stendhal, que o define no subtítulo como uma Chronique du XIX siécle (“Crónica do século XIX”).

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Na história, que se passa no período que sucede a Revolução Francesa, conhecemos Julien Sorel, filho de um carpinteiro. O jovem sonha com a glória do exército de Napoleão e tem este como seu ídolo. Julien não gosta de sua família e nem de seu trabalho, por isso passa muito tempo com o cura Chélan, aprendendo latim e os ensinamentos da bíblia. Esse conhecimento lhe garante uma indicação de trabalho, como  preceptor (tutor) dos filhos do prefeito de Verrières, o Sr. de Rênal.

O prefeito de Verrières continuava a ser, para ele, o representante de todos os ricos e insolentes da terra, mas Julien sentia que o ódio que acabava de agitá-lo, apesar da violência, nada tinha de pessoal. (Pág. 90)

Julien se destaca em sua função e aprende a conviver com a corte.Mas ele nunca deixa de se sentir como um pobre no mundo dos ricos. Intrigas, vingança e amor levam Julien para o seminário em Besançon. Lá ele se sente perseguido e não gosta do diretor, o padre Pirard. Apesar de tudo, o padre se afeiçoa ao jovem e toma-o como protegido. Para salvá-lo das agressões no seminário, Pirard recomenda-o para o cargo de secretário do Marquês de La Mole, em Paris.

Julien passa a viver, então, no centro da alta sociedade e dos intelectuais. Lá, ao lado da hipócrita elite, o jovem encontra em Mathilde, filha do Marquês, um desafio maior do que todos que já enfrentara. A felicidade e o orgulho farão com que ele busque medidas extremas.

Amaldiçoando o caráter de Mathilde, amava-a cem vezes mais; parecia-lhe ter em seus braços uma rainha. (Pág. 509)

As mais de 600 páginas do livro passam de maneira rápida. Apesar da história não ter grandes reviravoltas e se centrar nos desafios diários do jovem, a leitura flui muito fácil. Acho que o grande mérito disso está no fato que sabemos como cada personagem pensa, é interessante em uma mesma cena ver os diversos pontos de vista, além de um narrador que comenta e opina sobre os acontecimentos e os personagens. Sthendal, consegue escrever um livro muito real e crível, pois mesmo Julien, nosso “herói”, tem desvios de caráter, ambição e orgulho exacerbados.

A crítica à moral e a politica conservadora são os grandes destaques desse livro que tem motivos de sobra para ser considerado um clássico.

Vale a pena conferir!

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