Tem fotógrafos que se acomodam. Consagrados, eles ganham dinheiro com a venda de suas obras, palestras, cursos e etc. Porém, parece que toda a foto nova que fazem nós já vimos. O trabalho deles dá a impressão que parou no tempo. E eles também.
Com Luiz Braga isso não aconteceu.
O fotógrafo paraense é premiado e tem suas fotos como parte de grandes acervos nacionais e internacionais. Braga tem um trabalho diverso. Seu domínio da luz e da cor possibilitou uma nova abordagem da visualidade amazônica, passando longe dos estereótipos aos quais já estamos acostumados.
Sua obra se confunde com sua vida: momentos em que fotografava compulsivamente; em que se sobressaiu mais a cor; o preto e branco; os Nightvisions e agora na mostra Entreato da luz que está em exposição no Espaço Cultural Casa das 11 Janelas.Ele se lançou ao novo, seja na forma de expor com o tríptico “Menina e carvão” ou na “Banhista de Outeiro” que permanece no Museu, mesmo quando sua foto já foi retirada da parede. A imagem de Dauana Parente, modelo para a série de fotos, mostra a marca da imagem não só como obra, mas como parte da vida de Luiz.
A violência o expulsou da cidade e ele foi buscar refugio em lugares como o quilombo do Pau Furado, em Salvaterra, no Marajó, onde encontrou os reais contornos da luz na afetividade das pessoas.
Ele poderia ter parado, ter feito mais do mesmo e seguir assim. Mas não fez. Luiz Braga se lançou ao novo e vem realizando trabalhos de acordo com suas inquietações pessoais.
Tive a experiência de ir visitar a exposição duas vezes, em ambas o artista guiou o grupo em que eu estava. Ouvir o próprio Luiz falar sobre o seu trabalho, ainda mais naquela exposição totalmente ousada foi incrível. A sensibilidade do trabalho só é mais reforçada ainda depois disso.
Visitem! A exposição “Entreato da Luz” segue aberta até domingo (29), no Espaço Cultural Casa das 11 Janelas, das 10 às 22h. A entrada é franca.
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Cara Debb, muito bom ver seu texto refletindo sobre a exposição. Muito obrigado por fazer o trabalho que infelizmente deixou de ser feito na nossa mídia tradicional. Abraço! Luiz Braga
Eu que agradeço mais uma vez por ter gostado do que escrevi. Foi sincero. Uma pena realmente a abordagem pequena da mídia. Grande abraço!